Maternidade é se redescobrir, desenhar um novo livro da vida.
Yoga é viver esse novo livro com lucidez.
PAZ e LUZ!
Vivi

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Tudo começou com uma banana!


Escondidinha de todos os olhares, como se fizesse algo proibido, estava eu iniciando uma nova etapa alimentar do pequeno Ravi.

No final do quinto mês comecei a dar pequenos pedacinhos de banana e até ousei um dia e dei de tamarindo. Nesse mesmo período passei meu dedinho em sua boca com sucos variados, para ver sua reação, mas ainda não tinha oferecido nada pra valer. Me doía lá no fundinho essa mudança, curti muito dar o peito e pensar em parar ou mesmo diminuir as mamadas era uma tortura para mim. Foram 6 meses de muita entrega, troca de olhares, carinho sincero, amor intensificados pelas mamadas, e tudo deu muito certo, mas é chegada a hora de mostrar, como diria o Cacá - “as cores do mundo” para o Ravi, e poderia fazer de uma forma harmônica, divertida e profunda.

Harmônica no sentido de estar em perfeita sintonia com a maternidade e portanto com a fonte planetária de carinho e ritmo.
Divertida através de uma gostosa brincadeira, não vejo a necessidade do  adulto ser sério, ao contrário, tenho a imagem de pessoas sábias muito engraçadas, que se divertem e principalmente riem como crianças. Por que não se pode brincar com a comida, é muito mais gostoso do que comer pensando no trabalho ou qualquer outra coisa, ao menos se está concentrado no que se está fazendo?
Profunda, trazendo à tona a percepção de que se alimentar não é apenas ingerir um alimento, mas nos alimentamos da vida, do ar que respiramos, das conversas que temos, dos livros que lemos, de todas as atividades que executamos, nos alimentamos do nosso silêncio, que por vezes nos mostra que intenso ruido polui nossos sentidos.

No penúltimo dia de 2011 estava em casa com meu companheiro e resolvi comer uma banana. Estava com o Ravi no colo, não resisti e ofereci, ele com uma sutileza linda foi encostando sua língua, de forma suave, provando algo novo. Que lindo ver essa cena, e ele estava ali nos meus braços, provando a vida, um presente de Gaya, que ele adorou, ficou chupando como se estivesse mamando, colocou as mãos, se lambuzou todo, nos divertimos muito.

Agradeço muito tudo que tenho aprendido com o amado Ravi, e essa foi mais uma lição, a forma delicada e sutil que ele degustou algo novo, o valor que deu para aquela banana, as sensações que devem ter provocado nele. Ele pegou, sentiu a textura nas mãos, o cheiro, o gosto. Que explosão de novidades. Tudo me fez refletir o quanto acabamos ligados no automático e não no “pão de cada dia”, tantas maravilhas que colocamos dentro de nós, e fazemos de forma mecânica, sem lucidez. Comemos conversando, ou vendo televisão, até mesmo lendo, mas raras vezes comemos apenas comendo, percebendo as sensações, observando a mente e as memórias que tal momento trás à tona. Sentindo o aroma, as sensações da língua, a força dos dentes. Alimentar-se pode ser uma profunda meditação.


Muita PAZ a todos os seres, que todos sejam felizes!

Vivi 08.01.12

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ramana Maharshi e o Caminho do Autoconhecimento


Sri Ramana Maharshi nasceu em 1879 no sul da Índia. Seu nome era Venkataraman. Cresceu como uma criança normal, tendo apenas um único comportamento inusitado: o seu sono era anormalmente profundo, ninguém conseguia
acordá-lo. Aos dezessete anos vivenciou o despertar espiritual de forma espontânea, atingindo um estado de autorrealização conhecido como sahaja samadhi.
Essa experiência se deu pela clara sensação de morte que o tomou e permitiu surgimento de questionamentos como: Quem está morrendo, se continuo com a minha personalidade forte? Chegou a conclusão que o corpo morre, mas o espírito que o transcende é imune à morte.

Vivenciou a percepção do Eu, que não corresponde as limitações do corpo, mas sim a real natureza de todos os seres. Após esse fato muito mudou em sua vida, saiu da casa familiar e trilhou o caminho em direção a Arunachala, montanha sagrada de Tiruvannamalai, onde viveu, dali em diante, de forma muito humilde. A princípio mergulhado e profundo silêncio e meditação.

Vivendo em cavernas foi sendo cercado por discípulos, que aprendiam através do seu silêncio.  
Quando voltou a se expressar através de palavras deixou claro que um caminho direto para a Verdade é o questionamento constante de “Quem sou eu”? e esse foi um dos seus principais ensinamentos.
Na sua simplicidade e humildade não aceitava as formalidades que os indianos atribuíam às pessoas as quais consideravam mestres. Apesar de ter se afastado da família, Ramana esclarecia não ser a renúncia à família algo fundamental para o desenvolvimento espiritual, pois a verdadeira renúncia está na mente e não é alcançada através da renúncia física, nem é impedida pela falta dela. O próprio ato de trabalhar não é um impedimento, pois pode ser feito de forma desprendida.
Os Ensinamento de Ramana eram eminentemente práticos, não ficava satisfazendo curiosidades de seus discípulos, ao invés, alertava sobre a importância do esforço para compreender que o homem é agora, e para sempre, o “Si”imortal por detrás desta e de outras vidas. Através de suas próprias atitudes, ensinamentos eram passados de forma natural, indo ao encontro com posturas indicadas nas escrituras clássicas de diversas religiões, o que mostra ser um conhecimento universal, não direcionado para pequenos grupos, mas para todos que estão abertos para ouvir e sentir seu reverberar.


“As palavras dos grandes mestres e guias da

Humanidade são correntes de poder e luz....

A vida de homens como Maharshi são

semelhantes aos meteóros que em sua rota

iluminam a noite mais escura. Aqueles que

podem perceber o caminho, no clarão dessa

luz, saberão, dali por diante, aonde ele

conduz.” Mouni Sadhu



Objetivo:
Mostrar um caminho de novas possibilidades rumo à lucidez espiritual, através do exemplo e dos ensinamentos de um homem que não estava preso às questões mundanas, mantendo seu foco na jornada espiritual.
Compartilhar um lado do Yoga que vai além das posturas físicas e respirações, mas que aprofunda na investigação de si.



Considerações Finais:
Através do exemplo vivo de Ramana Maharshi, um homem simples, mas com grande realização da Luz Divina, evidenciada diante de suas pequenas atitudes diárias sempre em consonância com suas palavras, surge a possibilidade de aprendizado e crescimento em direção ao amadurecimento espiritual.


Esse trecho faz parte de um trabalho que elaborei para a UniFMU - pós graduação em Yoga - em 2011, e está disponível, na íntegra, no seguinte endereço

 

Abraço amigo,

PAZ!

Vivi